André Gomes assume a Secretaria Metropolitana prometendo integração regional - Foto: Divulgação/redes sociais

Ex-vice-prefeito assume cargo estratégico no governo estadual e terá que dividir protagonismo com aliado do senador Irajá. Clima de disputa velada já começa a tomar forma.

Palmas,TO – A nomeação de André Gomes (PL), ex-vice-prefeito de Palmas e irmão do senador Eduardo Gomes, como secretário extraordinário de desenvolvimento da Região Metropolitana de Palmas, vai muito além de uma simples movimentação administrativa. É, na prática, um recado político do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e um sinal claro de reposicionamento estratégico dentro do jogo de forças que se desenha para os próximos anos no Tocantins.

Transição de bastidores para os holofotes

Embora a pasta ainda seja recente e com pouca estrutura consolidada, sua importância não deve ser subestimada. A Região Metropolitana de Palmas concentra desafios urbanos complexos — transporte, saúde, saneamento, segurança, educação — que exigem coordenação entre esferas de governo. E agora, mais do que nunca, coordenação política.

Disputa disfarçada de parceria

André Gomes terá que trabalhar diretamente com Raimundo Nonato, secretário municipal da mesma área, indicado pelo prefeito Eduardo Siqueira Campos (PODE) e aliado do senador Irajá (PSD). Na prática, são dois secretários, de campos políticos opostos, tentando dividir uma única cadeira. A convivência, ainda que institucional, carrega um subtexto: a disputa entre os grupos de Eduardo Gomes e Irajá está longe de esfriar.

Política acima da técnica

Contudo, apesar do discurso técnico e das promessas de gestão integrada, está claro que a nomeação de André é uma jogada política. Wanderlei Barbosa fortalece suas pontes com o grupo de Eduardo Gomes e, de quebra, marca posição frente a Irajá. É um movimento pensado com o olho em 2026 — e não nos problemas imediatos da população metropolitana.

Integração ou conflito?

Dessa forma, a teoria por trás da criação de uma secretaria metropolitana é nobre: pensar a cidade de forma regional, unificada, inteligente. Mas, na prática, a dualidade de comandos e a sobreposição de interesses podem transformar essa proposta em mais uma arena de vaidades políticas, onde a população — como sempre — é deixada em segundo plano.

O jogo começou

Entretanto, com André Gomes no cargo, o governo estadual injeta mais combustível na já aquecida disputa política entre caciques do Tocantins. Porém, a dúvida agora é: haverá espaço para diálogo e resultados concretos, ou a secretaria servirá apenas como vitrine para embates velados? Se o objetivo for desenvolver a região, será preciso mais do que nomeações estratégicas — será necessário abrir mão do ego político em nome do coletivo. E isso, convenhamos, tem sido raridade.

Redação