Cinthia Ribeiro repudiou as acusações da atual gestão sobre um suposto débito do transporte coletivo, classificando-as como infundadas e cobrando que o governo municipal assuma a responsabilidade por seus atos em vez de transferir culpas.
Palmas, TO – A ex-prefeita de Palmas e presidente nacional do PSDB mulher, Cinthia Ribeiro emitiu uma nota dura nesta segunda-feira (27), repudiando o que classificou como tentativa da atual gestão municipal, comandada por Eduardo Siqueira Campos (Podemos), de transferir para sua administração uma dívida de R$ 2,5 milhões no transporte coletivo. Ribeiro afirma que não há débitos pendentes de seu mandato e acusa o prefeito de manipular fatos para encobrir falhas próprias, incluindo um contrato milionário de locação de ônibus sem licitação que enfrenta suspeitas de calote e atrasos.
O Acordo que Acendeu a Polêmica
A Prefeitura de Palmas anunciou a assinatura do Termo de Acordo nº 001/2025 com a empresa Palmas Transporte e Turismo Ltda., visando quitar uma dívida de R$ 2.521.474,87 referente à locação de veículos para o Sistema Integrado de Transporte (SIT) entre fevereiro de 2023 e maio de 2025. O pagamento será parcelado em 40 vezes de R$ 63.036,87 cada, sem correção monetária ou juros, conforme recomendação do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE/TO). A administração atual justifica o acordo como medida para encerrar pendências herdadas de gestões anteriores, enfatizando que o valor é 378% inferior a um contrato similar de julho de 2023 e que foi respaldado por pareceres da Procuradoria-Geral do Município e da Controladoria-Geral.
No entanto, Cinthia Ribeiro contesta veementemente essa narrativa, argumentando que as negociações e a assinatura ocorreram meses após o fim de seu mandato, em janeiro de 2025, tornando o acordo de inteira responsabilidade da gestão Eduardo Siqueira Campos.
Repúdio às Acusações Infundadas
Em sua nota de esclarecimento, divulgada nas redes sociais, Cinthia Ribeiro repudia a imputação de qualquer débito à sua administração, destacando que todas as obrigações foram cumpridas com responsabilidade e transparência durante seu período à frente da prefeitura. “Não existia débito consolidado ou valor reconhecido pela Prefeitura até janeiro de 2025”, afirmou, acrescentando que o acordo atual exige explicações sobre critérios, valores e condições por parte do prefeito em exercício.
Além disso, Cinthia Ribeiro enfatiza que sua gestão não deixou pendências financeiras no setor de transporte coletivo, e que a tentativa de transferência de culpa representa uma manipulação política para desviar o foco de problemas atuais.
Críticas à Gestão Atual e Cobrança por Responsabilidade
Por outro lado, a ex-prefeita não poupou críticas à administração de Eduardo Siqueira Campos, acusando-a de repetir práticas lamentáveis do passado e de expor fragilidades de comando. “A administração pública mudou muito em 30 anos, desde que o atual prefeito comandou a cidade pela primeira vez. Não se atualizar e continuar com as mesmas práticas lamentáveis do passado, utilizando com frequência o início do exercício do mandato do atual prefeito, é um erro que expõe a fragilidade de comando desta gestão”, declarou Cinthia Ribeiro em sua nota.
Em resposta, a Prefeitura defendeu o acordo como uma ação de fiscalização responsável, sem impacto no contrato vigente com a empresa Sancetur, e reiterou que segue trâmites legais. Contudo, a exprefeta cobra que a atual gestão concentre energias em responder à população e aos órgãos de controle sobre indícios de irregularidades, como o contrato milionário de locação de ônibus por dispensa de licitação, que tem gerado reclamações por mau atendimento, suspeitas de calote e atrasos em pagamentos.
Reafirmação de Integridade e Apelo à Transparência
Entretanto, Cinthia Ribeiro reafirma seu compromisso com a honestidade e o zelo pelo dinheiro público, declarando que não aceitará distorções dos fatos para mascarar decisões do atual prefeito. Em um post complementar nas redes, ela questionou: “Já se passaram 10 meses e tudo que escuto até aqui é: ‘a culpa é da prefeita Cinthia’. Até quando?! Não te elegi p/ choramingar ou fabricar desculpas. Esperamos SOLUÇÃO, resultado, eficiência.”
Essa troca de notas oficiais e postagens nas redes sociais evidencia uma crescente tensão política em Palmas, com implicações para a fiscalização do transporte público e a responsabilidade das gestões municipais. A população aguarda desdobramentos, enquanto o TCE/TO continuam monitorando os contratos envolvidos.








