Suspeita-se que as cestas não tenham sido devidamente entregues, mesmo com as empresas contratadas recebendo o pagamento adiantado.
O governador do estado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, juntamente com quatro deputados estaduais e um ex-parlamentar, estão sendo citados em um inquérito que investiga a suposta compra irregular de cestas básicas pelo governo do estado. O caso veio à tona após a TV Anhanguera e o g1 terem acesso a um documento que trata sobre o assunto.
A Investigação, que teve início em 2022, tem como objetivo apurar possíveis fraudes em contratos para compra de cestas básicas que deveriam ser destinadas a famílias prejudicadas economicamente pela pandemia de Covid-19. Suspeita-se que as cestas não tenham sido devidamente entregues, mesmo com as empresas contratadas recebendo o pagamento adiantado.
O inquérito foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) após um relatório da Polícia Civil revelar o suposto envolvimento do governador Wanderlei Barbosa. Segundo a investigação, o governador teria recebido uma transferência de R$ 5 mil de um empresário investigado em novembro de 2020, quando ainda era vice-governador e assumira interinamente o cargo de governador em outubro de 2021.
No documento que determinou o envio do caso ao STJ, o desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho afirmou que cabe ao tribunal dar continuidade às investigações e julgar a futura ação penal, devido à prerrogativa de função exercida pelo governador.
Além de Wanderlei Barbosa, são citados no inquérito os deputados Cleiton Cardoso, Léo Barbosa, que é filho de Wanderlei Barbosa, Ivory de Lira, bem como o ex-deputado Eduardo Siqueira Campos e o deputado federal Ricardo Ayres. Todos os citados afirmaram estar dispostos a colaborar com a Justiça.
Em nota, o governador Wanderlei Barbosa destacou que ainda não foi formalmente notificado sobre as alegações e ressaltou estar tranquilo. Ele afirmou que irá se manifestar nos autos do processo e apresentar sua defesa à Justiça e à população do Tocantins.
Por sua vez, o deputado Léo Barbosa afirmou não ter recebido notificação sobre o inquérito e ressaltou que a transferência mencionada no documento foi resultado de uma operação legal e transparente. Ele se colocou à disposição da Justiça para esclarecer os fatos.
O deputado Cleiton Cardoso também informou não ter sido notificado sobre o inquérito e se comprometeu a se manifestar nos autos do processo e perante a população do estado. Já o deputado Ivory de Lira afirmou que irá esclarecer a improcedência de qualquer ato ilegal atribuído a ele assim que tiver acesso aos documentos.
O deputado federal Ricardo Ayres ressaltou que não é investigado no processo e afirmou estar disposto a compartilhar seu sigilo bancário e telefônico caso necessário. Ele destacou que as emendas parlamentares destinadas por ele para aquisição de cestas básicas foram devidamente comprovadas e fiscalizadas pelos órgãos competentes.
O ex-deputado Eduardo Siqueira Campos, por sua vez, esclareceu que não é investigado no processo e destacou que as emendas destinadas por ele para aquisição de cestas básicas foram aplicadas corretamente e as cestas foram efetivamente entregues.
Com o envio do caso ao STJ, espera-se que as investigações prossigam e que seja feita justiça, esclarecendo todos os fatos e responsabilizando os envolvidos, caso seja comprovado o cometimento de crimes.
Fonte: G1Tocantins/TV Anhanguera
Foto: G1Tocantins/TV Anhanguera