A discussão vai além dos números e das estatísticas, colocando em xeque a maneira como o passado é mobilizado para justificar posições políticas e proteger determinados grupos.

Por Perques Leonel Batista

Durante uma entrevista conduzida pela jornalista Paula Schmitt e acompanhada pelo antropólogo Diogo de Oliveira, Myrian Luiz Alves – esquerdista raiz e assessora de imprensa – fez declarações contundentes sobre o estado dos direitos humanos no Brasil. Segundo ela, esses direitos foram capturados por interesses estrangeiros de objetivos obscuros, resultando na manipulação da memória histórica e na instrumentalização política das vítimas da ditadura.

Myrian revelou que ossadas já identificadas de ex-guerrilheiros desaparecidos estão sendo escondidas das famílias, o que impediria o encerramento simbólico desse capítulo da história. Para ela, essa ocultação não é casual, mas sim parte de uma estratégia para manter aberta uma ferida que favorece determinados grupos políticos e impede uma reconciliação real com o passado.

O uso seletivo da memória histórica
De acordo com Myrian, o processo de identificação das vítimas da ditadura tem sido utilizado para incriminar o Brasil como um todo, ao mesmo tempo em que poupa indivíduos específicos que tiveram participação ativa nos eventos históricos. Essa abordagem seletiva reforça a ideia de que há um interesse em direcionar a culpa para o Estado brasileiro, evitando a responsabilização de atores individuais que, muitas vezes, tiveram papel central nos acontecimentos.

O antropólogo Diogo de Oliveira reforçou essa análise, alertando que a construção de uma narrativa única sobre os direitos humanos no Brasil serve a uma agenda política. Para ele, a memória histórica está sendo reescrita para consolidar uma versão que favorece determinados interesses, enquanto outras perspectivas são silenciadas.

A comparação com outras ditaduras e a criminalização do Brasil
Outro ponto levantado por Myrian é a insistência na criminalização da ditadura brasileira, apesar dos números indicarem que o regime militar no país teve menos mortos e desaparecidos do que outros regimes autoritários ao redor do mundo. Para ela, esse foco excessivo no caso brasileiro tem um propósito claro: enfraquecer a identidade nacional e manter o país refém de um passado que é constantemente reescrito para atender a interesses externos.

Esse tipo de narrativa, segundo Myrian e Diogo de Oliveira, contribui para um processo de desmoralização do Brasil em nível internacional. Ao construir a imagem de um país marcado por violações de direitos humanos, abre-se espaço para interferências externas e para a imposição de agendas políticas e econômicas que não necessariamente correspondem aos interesses da população brasileira.

A disputa pelo controle da narrativa histórica
O debate em torno da memória da ditadura militar no Brasil não é apenas uma questão de justiça ou reparação histórica – trata-se de uma batalha pelo controle da narrativa nacional. A entrevista de Myrian Luiz Alves e a análise de Diogo de Oliveira evidenciam que a história não é apenas um conjunto de fatos objetivos, mas um campo de disputa política onde diferentes grupos buscam impor suas versões para moldar o presente e o futuro.

Se as denúncias feitas por Myrian forem confirmadas, isso significa que há um jogo de interesses muito maior por trás da construção da memória oficial do país. Em vez de permitir uma revisão honesta da história, certos setores estariam manipulando os fatos para favorecer agendas políticas específicas e manter a sociedade brasileira dividida em torno de um passado que nunca se resolve por completo.

Em última análise, a entrevista de Myrian e a participação de Diogo de Oliveira nos convidam a refletir sobre quem realmente se beneficia com essa versão da história. Se a verdade é sempre seletiva, a pergunta que fica é: quem está selecionando o que deve ou não ser lembrado?

Clique no link para assistir a entrevista na íntegra! https://youtu.be/a7FnTPloKJQ?si=jyzuv3FufP2hGvdX

Redação